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13/12/2021

ADOTADAS POR FAMÍLIAS DIFERENTES IRMÃS SE ENCONTRAM COM AJUDA DAS REDES SOCIAIS APÓS MAIS DE 30 ANOS EM MOSSORÓ-RN




Ana Laura Oliveira, de 32 anos, encontrou documento da maternidade durante uma mudança e decidiu pedir ajuda nas redes sociais para encontrar a mãe, mas acabou conhecendo a irmã.
Priscila Carlos e Ana Laura Oliveira descobriram que são irmãs através de uma publicação nas redes sociais. — Foto: reprodução

A história da maquiadora Priscila Carlos, de 38 anos, e da professora Ana Laura Oliveira, de 32, parece até um daqueles capítulos importantes de uma novela. As duas são irmãs, mas não se conheciam até esse mês de dezembro (veja acima).
Elas foram adotadas por famílias diferentes há mais de 30 anos em Mossoró, na Região Oeste do Rio Grande do Norte. Um documento de recém-nascido e uma postagem nas redes sociais fizeram as irmãs se encontrarem depois desse longo período distantes.
Busca pelo passado
Durante a arrumação para uma mudança, Ana Laura encontrou um registro da maternidade em que nasceu, que foi deixado junto com ela na casa da família adotiva. O documento tinha algumas informações, como o nome da mãe biológica, Maria de Lourdes dos Santos.
Essa pequena pista a fez desejar saber mais sobre o passado. Ana Laura foi incentivada por uma amiga a contar a história dela numa página de uma rede social, à princípio em busca da mãe.
Um dia depois de publicar a foto e as informações, ela recebeu dezenas de mensagens de pessoas querendo ajudá-la. E foi aí que a irmã apareceu. “Teve muita repercussão. Muitas pessoas querendo ajudar, eu fiquei até confusa, não sabia como reagir. 
Uma amiga da minha irmã passou para ela [a postagem] e ela veio falar comigo”, contou Ana Laura. Ao ver a foto de Ana Laura, Priscilla não teve dúvidas. “Quando eu vi a foto, eu fiquei: ‘o quê?’. Ela é minha irmã, é a minha cara. Aí eu fui, respondi e pronto. 
Quando ela me respondeu eu estava muito eufórica e leve”, revelou. A reação de Ana Laura foi semelhante. De cara percebeu que estava diante da irmã. “Quando eu vi o rosto dela, o nome, eu mostrei para minha amiga e disse: 'acho que ela é minha irmã'. 
Ainda chorei. Ainda estou procurando palavras para descrever o que senti e estou sentindo”. As irmãs tiveram algumas notícias ao longo da vida sobre a mãe biológica e souberam que ela morreu em 2008. 
Papel encontrado por Ana Laura durante uma mudança, tinha informações sobre o nascimento — Foto: cedida

Recuperar o tempo perdido 
Faz pouco mais de uma semana que Ana Laura e Priscila se conheceram e elas se viram três vezes até agora. A cada encontro, cresce a vontade de saber mais uma da outra e de recuperar o tempo perdido. “Eu fico querendo saber um pouco mais dela, querendo participar da vida dela, me oferecendo para vê-la. 
Eu acho que vou sufocar um pouquinho, porque eu quero estar sempre junto, quero muito conhecê-la mais”, disse Ana Laura. Além de uma irmã, Ana Laura ganhou ainda uma sobrinha, a pequena Mariah, de 4 anos. Esse encontro também foi um presente para Helenita Castro, mãe de Priscila, e Rita Laura, mãe de Ana Laura, que viveram a emoção de receber uma nova família. 
“A descoberta dessa nova família para mim foi muito bom. Eu era muito assustada de encontrar a família de Ana Laura e ser recusada. 
Mas, pelo contrário. Encontramos uma nova família. Foi uma felicidade muito grande”, expressou Rita. Heletina Castro aponta o encontro como um presente. “Essa história já estava escrita há muito tempo. E, para mim, encontrar com elas, parecia uma coisa que a gente já estava esperando há muito tempo e que aconteceu. Foi muito bom”. 
No encontro, outra coincidência foi revelada. Francisco Júnior, irmão de Priscilla, descobriu que foi colega de faculdade de Rita Laura, mãe de Ana Laura. 
“As coisas aparecem de onde a gente menos espera. Foi emocionante. Maravilhoso”, disse Júnior, que é educador físico. 
Em busca de mais um irmão 
Essa história de reencontro familiar ainda pode ter novos capítulos. Priscila e Ana Laura descobriram que podem ter um irmão biológico que mora na capital Natal e que também não conhecem até hoje. 
Por enquanto, elas ainda não conseguiram identificá-lo, só receberam informações mais rasas sobre o paradeiro dele. 
Mas essa vai se tornar a nova busca para reunir a família. “Nós tivemos algumas informações, nada muito exato. Soubemos que ele já veio a Mossoró, mas não sei o nome dele. Soubemos que ele é professor. Encontrá-lo seria mais maravilhoso ainda ”, disse Ana Laura.

G1-RN

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