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13/05/2020

COMERCIANTE MORRE COM COVID-19 NO RN E FAMÍLIA QUESTIONA TRANSFERÊNCIA DE HOSPITAL DOIS DIAS ANTES DO ÓBITO




Gilson Freires Araujo passou 22 dias internado em um leito de UTI. Ele foi transferido do Giselda Trigueiro para o Hospital Municipal de Natal e morreu dois dias depois.
Gilson Freires tinha 57 anos — Foto: Arquivo familiar/Cedida
O comerciante Gilson Freires de Araujo, de 57 anos, morreu em Natal vítima da Covid-19 após 22 dias internado. Ele não tinha comorbidades e lutou contra a doença durante quase um mês, até a noite de segunda-feira (11) quando faleceu no Hospital Municipal de Natal. A família de Gilson questiona a transferência dele do Hospital Giselda Trigueiro para o Hospital Municipal de Natal dois dias antes do óbito.
Gilson Freires Araujo foi entubado no dia 19 de abril no Hospital Giselda Trigueiro, onde permaneceu até o dia 9 de maio sendo tratado da doença em um leito com respirador. Ele apresentou sintomas da doença na semana anterior à internação e procurou ajuda em uma Unidade de Pronto Atendimento.
No dia 9 de maio o paciente foi transferido do Hospital Giselda Trigueiro, na Zona Oeste, para o Hospital Municipal de Natal, que fica na Zona Oeste da cidade. Dois dias após esse procedimento, o vendedor faleceu. Ao G1, os familiares de Gilson afirmaram que eles não foram comunicados sobre a transferência. Os parentes acreditam ainda que o deslocamento pode ter agravado o quadro do paciente.
Comerciante faleceu na segunda-feira (11) — Foto: Arquivo familiar/Cedida
"Nesse período em que ele estava no Giselda, o médico sempre nos ligava a tarde para informar o estado de saúde dele. Só que no dia 9, já à noite, não recebemos a ligação com esse boletim. Ligamos para a regulação da unidade e descobrimos que ele tinha sido transferido para o hospital municipal", diz Gilson Freire Junior, filho do vendedor de materiais hidráulicos que morava na Zona Norte de Natal e trabalhava no Alecrim, centro comercial da cidade.
Declaração de óbito do comerciante por Covid-19 — Foto: Arquivo familiar/Cedida
A Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) informou que a movimentação "foi feita dentro dos parâmetros necessários para a operação de transporte". De acordo com a pasta, a movimentação foi motivada pela lotação do Hospital Giselda Trigueiro, que é gerida pelo estado.
"Como o paciente transferido era morador de Natal, assim como outro transferido no mesmo período, foi orientada a regulação para o Hospital Municipal de Natal, que recebeu ambos", detalha a Sesap.
O filho de Gilson Araújo questiona o procedimento: "Será que essa regulação não poderia esperar? Essa organização no fluxo de pacientes custa uma vida? Meu pai já estava internado em estado grave e sendo tratado, mas mesmo assim foi transferido. Acredito que esse trajeto agravou a situação porque era um paciente em estado muito delicado".
Em nota, além de lamentar a morte do comerciante de 57 anos, a Sesap detalhou o processo da transferência e também explicou os motivos pela qual não informou os familiares antes do deslocamento.
"Ele era uma pessoa muito ativa, que gostava de conversar e ajudar todo mundo. Nesse período de pandemia ele estava muito triste porque não podia trabalhar. Foi ele quem sempre sustentou a família e nunca deixou faltar nada", lembra Gilson Freire Júnior.
Confira o documento reproduzido na íntegra:
A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) esclarece que a transferência do paciente Gilson Freire de Araújo do Hospital Giselda Trigueiro para o Hospital Municipal de Natal na madrugada do dia 9 de maio, que veio a falecer dois dias após a movimentação, foi feita dentro dos parâmetros necessários para a operação de transporte.
O paciente estava estabilizado quando foi recebido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), que só realiza este tipo de movimentação quando as condições de saúde permitem.
A transferência foi motivada pela lotação do Hospital Giselda Trigueiro e a necessidade de atender pacientes do interior na rede estadual. Como o paciente transferido era morador de Natal, assim como outro transferido no mesmo período, foi orientada a regulação para o Hospital Municipal de Natal, que recebeu ambos.
A família do paciente foi avisada da transferência apenas horas após a efetivação devido a urgência exigida pela situação de pandemia e dos demais pacientes que aguardavam vagas no Hospital Giselda Trigueiro.
O Governo do Estado e a Sesap lamentam a perda de mais um potiguar para a Covid-19 e garantem que continuam empenhando todos os esforços para diminuir o impacto da pandemia no Rio Grande do Norte.
Gilson trabalhava como vendedor no Alecrim — Foto: Arquivo familiar/Cedida
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Um comentário:

  1. Não dá para entender uma situação dessas, o paciente já está em um leito de uti e é transferido, para dá espaço pra outro. E pq nao mandou o outro da espera para onde esse paciente foi? Isso sem contar o custo gerado para essa transferência. Aí tem coisa no meio dessas transferências. Todo médico do principiante aos mais experientes, sabem que o paciente pode não suportar. Revoltante e tem que ser investigado.a sesap, hospital e o médico que autorizou a transferência.chega de sermos tratados como se fossemos um objeto qualquer. Fica aqui a minha revolta e apoio à família.

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