Ao falar sobre reabertura das atividades econômicas, subcoordenadora de Vigilância Epidemiológica da Sesap-RN, Alessandra Luchesi, lembrou que não é momento de relaxar medidas de segurança.
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Ao divulgar os dados epidemiológicos sobre o novo coronavírus no Rio Grande do Norte, nesta quarta-feira, 15, em Natal, a subcoordenadora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde Pública do Rio Grande do Norte (SESAP-RN), Alessandra Luchesi, esclareceu que a redução na taxa de mortalidade do Estado ainda é tímida. De acordo com as informações repassadas hoje, o número de casos confirmados de Covid-19 no RN é de 40.606 e o Estado registra 1.472 óbitos com confirmação da doença. Outros 221 óbitos estão em investigação.
Dos 29 óbitos registrados em relação ao boletim divulgado ontem, 14, pela Sesap ontem, 13 ocorreram nas últimas 24 horas.
A subcoordenadora de Vigilância Epidemiológica alertou que, embora ainda se verifique percentual de queda da incidência de novos casos nas diversas regiões de saúde, é preciso muito cuidado. “É o momento de reabertura das atividades econômicas, mas não de relaxamento das medidas de precaução”, advertiu.
Ela também explicou que os efeitos de cada abertura só conseguem ser verificados nos dados do prazo de, pelo menos, 15 dias.
Durante a coletiva, a subcoordenadora de Vigilância Epidemiológica esclareceu que a diminuição na taxa de mortalidade ainda é tímida e falou sobre a importância de observar os critérios adequados para a análise. “É importante também ressaltar que a redução da taxa de mortalidade, ela tem sido muito tímida. É necessário que sejam observados os parâmetros adequados para essa análise. Nós temos um delay no cenário de, praticamente, 15 dias para que nós possamos verificar, realmente, a ocorrência dessas diminuições, desses decréscimos. Então, de acordo com os dados que nós temos na Secretaria de Estado do Rio Grande do Norte, que nós vemos observando, há uma tendência ainda discreta, que não está sustentada de redução dos óbitos. Até porque os óbitos eles são reflexo dos casos confirmados em outros momentos, em momentos anteriores. Então, ainda é necessário que seja observado se essa tendência de queda irá se confirmar ou não”, alertou Alessandra Luchesi.
Segundo ela, foi por essa razão que o processo de reabertura foi pensado em frações. Alessandra Luchesi afirmou que, além da taxa de ocupação de leitos e taxa de transmissibilidade, há uma preocupação com, praticamente, dez indicadores que têm sido monitorados. “Nós estamos em fase de finalização, junto ao comitê de especialistas, desse indicador composto, mas nós já temos balizadas todas as tomadas de decisão dos gestores”, afirmou, acrescentando que é necessário que seja um processo de responsabilidade de todos, não só das autoridades sanitárias e do Governo, mas de toda a população.
De acordo com Alessandra Luchesi, a retomada das atividades só pode e vai ocorrer de forma satisfatória se todas as medidas de precaução forem adotadas. Como principais medidas, ela destacou a higienização das mãos com frequência com água e sabão, uso de álcool 70%, uso da máscara e estímulo à troca adequada da máscara com frequência.
Outros dados epidemiológicos
Segundo os dados repassados durante a coletiva de imprensa, o RN tem 54.421 casos suspeitos. A subcoordenadora de Vigilância Epidemiológica comentou que vem sendo observada uma redução da taxa de notificação. De acordo com Alessandra Luchesi, no começo da pandemia a média era de mais ou menos 100 notificações por dia. Essa média aumentou para 1.400 por dia, chegou em alguns dias a 3 mil casos notificados e nas últimas semanas vem observando redução da taxa de notificação.
Ainda segundo os dados, 63.158 casos notificados foram descartados até o momento.
Durante a entrevista, Alessandra Luchesi explicou ainda que estão sendo enfrentados alguns problemas com relação aos dados, não somente quanto à demora que pode acontecer do serviço de saúde em comunicar à Secretaria Estadual na obtenção da informação, como também no sistema de notificação do Ministério da Saúde que, em alguns momentos, passa por instabilidades.
A subcoordenadora de Vigilância informou que os casos confirmados divulgados hoje referem-se aos casos detectados pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Rio Grande do Norte. “Nos próximos dias, provavelmente, teremos incremento nesses números, que dada a regularidade do sistema, os casos que foram detectados via teste rápido ou outros laboratórios serão notificados e aí sim entrarão para essa estatística”, informou.
Alessandra Luchesi informou ainda que a Vigilância em Saúde entra em outra fase, que não se refere apenas ao enfrentamento da pandemia, mas à estruturação do serviço para que ele permaneça na rede. “Nós sabemos que vamos conviver com o vírus durante um bom tempo, até que ele, realmente, entre em um cenário controlado, em um cenário endêmico, que nós possamos ter uma melhor resposta. Então, ainda estaremos trabalhando de forma ativa, junto aos municípios. Nós temos projetos estratégicos de apoio regional”, afirmou.
Medidas gerais de proteção
O Controlador Geral do Rio Grande do Norte também participou da coletiva. Segundo ele, a orientação do Governo, embora esteja na segunda fase da reabertura das atividades econômicas, é de que as pessoas só saiam de casa quando for, realmente necessário e, se sair, adotem todas as medidas de cuidado como usar máscaras, evitar aglomerações, manter distanciamento social, higienizar as mãos.
Ocupação de leitos críticos
Segundo dados observados na Sala Pública do RegulaRN às 14h52 desta quarta-feira, 15, a taxa média de ocupação de leitos críticos do SUS em funcionamento destinados ao tratamento de pacientes com sintomas do novo coronavírus era de 85,5%. Em matéria anterior publicada pelo Blog essa taxa era de 85,3%
Na Região Metropolitana o índice médio de ocupação dos leitos era de 88,5%. No Hospital Memorial São Francisco, e Hospital Rio Grande 100% dos leitos estavam ocupados; a taxa de ocupação era de 95,8% no Hospital Luiz Antonio, 94,1% no Hospital de Campanha de Natal e no Hospital Municipal de Natal, 92,3% no Hospital Giselda Trigueiro, 92% no Hospital Colônia João Machado, 76% no Hospital de Central Coronel Pedro Germano, 70% no Hospital Maternidade Belarmina Monte, 66,7% no Hospital Regional Alfredo Mesquita e 50% no Hospital Maternidade do Divino Amor.
No Oeste, 84,4% dos leitos contavam com internamentos. Em Mossoró, o percentual de ocupação era de 90,7%, com 91,2% dos leitos do Hospital São Luiz e 90% dos leitos do Hospital Regional Tarcísio Maia ocupados. Em Pau dos Ferros, a taxa de ocupação dos leitos no Hospital Cleodon Carlos de Andrade era de 50%.
Na região do Mato Grande 100% dos leitos do Hospital Manoel Lucas de Miranda e do Hospital Regional de João Câmara contavam com internamentos.
No Seridó, 80% dos leitos do Hospital Regional Telecila Freitas Fontes contavam com internamentos.
Segundo constava no RegulaRN, seis pacientes aguardavam transferência para leitos críticos e oito esperavam por leitos clínicos às 14h55.
A Sala Pública mostrava que havia 40 leitos críticos disponíveis.
Dez pacientes com perfil de leito crítico e onze com perfil de leitos clínico aguardavam transporte.
286 pacientes foram a óbito enquanto aguardavam por leitos, segundo o motivo de cancelamento das solicitações de leitos mostrado no site. Na matéria publicada pelo Blog anteriormente eram 285.
De acordo com a subcoordenadora de Vigilância Epidemiológica, 662 pacientes estão internados com sintomas ou confirmação do novo coronavírus, em unidades públicas, privadas e filantrópicas do RN, sendo 343 em leitos críticos e 319 em leitos clínicos.
Bruno Barreto
Ocupação de leitos críticos observadas na tarde desta quarta-feira (Fonte: RegulaRN- SESAP – LAIS) |
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