Levantamento nacional aponta taxa de 4,88 para o Estado, que fica atrás apenas de Goiás (5,63). Sesap, porém , acredita que taxa está entre 1,9 e 2,1.
Agentes fazem desinfecção |
O Rio Grande do Norte atingiu, nesta quinta-feira (28), 255 mortes causadas pela Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus. Há mais de 5 mil potiguares infectados, de acordo com os mais recentes dados da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap).
A capacidade de transmissão do vírus em cada estado brasileiro foi medida por uma pesquisa e, contrariando o que acredita a Sesap, o RN ficou com a segunda maior taxa de contágio do País – atrás apenas de Goiás.
Os índices nacionais foram levantados pelo grupo Covid-19 Analytics, da PUC-Rio, e medem a expansão dos casos confirmados da doença em cada localidade. O cálculo para obter as taxas leva em consideração o crescimento da infecção e o número de recuperados, além de normatizar o ciclo ativo da doença em 20 dias.
Segundo o levantamento, a taxa de contágio no Rio Grande do Norte é de 4,88, ou seja, cada potiguar infectado deve transmitir o coronavírus para, em média, quatro pessoas. Inicialmente, o índice estava em 1,9 no último dia 8, mas avançou durante o mês. O Estado fica atrás apenas de Goiás, no Centro-Oeste, que registrou taxa de 5,63 nesta quinta (28).
A Sesap, no entanto, rebateu o número durante entrevista coletiva na quarta (27). Alessandra Lucchesi, subcoordenadora de Vigilância Epidemiológica da secretaria, afirmou que a taxa de contágio no estado varia entre 1,9 e 2,1.
Ainda de acordo com o grupo Covid-19 Analytics, a taxa necessária para estabilizar a pandemia é a de 1,0, significando que uma pessoa infectada deve contaminar apenas mais uma pessoa. Mas a taxa média de reprodução no País está em 1,92 atualmente.
Testagem
A divergência dos números motiva a Sesap, que planeja realizar uma ampla pesquisa por amostragem para detectar qual é o real nível de transmissão da Covid-19 no estado. “Temos alguns projetos em curso para a realização de testes por amostragem em municípios que estão com a situação epidemiológica mais alarmante, para a gente conseguir determinar o perfil de transmissão. Isso está em análise e será efetivado, se tudo correr da forma como estamos planejando, em breve”, disse Alessandra Lucchesi.
Atualmente, a rede estadual de saúde possui 72 mil testes em estoque para diagnosticar a Covid-19, e outros 44 mil estão com os municípios. Apesar dos 116 mil exames em estoque, a Sesap não cogita neste momento alterar o protocolo para a realização de exames, que são indicados apenas para os que estão no grupo de risco. Segundo Alessandra, como a pandemia ainda está em ascensão no Rio Grande do Norte, a demanda por testes pode crescer nos próximos dias.
“Realizar a testagem indiscriminada se torna complicado porque estamos nos aproximando do pico da pandemia e não temos garantia de disponibilidade de estoque de testes daqui para a frente. O uso está sendo racional porque temos necessidade do controle”, afirmou a subcoordenadora.
Agora-RN
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