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04/04/2019

MENINA DO RN QUE ESPERAVA TRANSPLANTE GANHA UM NOVO CORAÇÃO NO RECIFE



Brunna Silveira Lopes foi transferida para a capital pernambucana, na quarta-feira (3), em um avião da FAB, e passou por cirurgia na madrugada desta quinta (4), no Imip.
Brunna Silveira Lopes veio transferida do RN para o Recife em busca de um coração — Foto: Reprodução
A garota Brunna Silveira Lopes, de 7 anos, passou por um transplante de coração, na madrugada desta quinta-feira (4), no Instituto de Medicina Integral Fernando Figueira (Imip), na área central do Recife. Na quarta-feira (3), ela foi transferida do Rio Grande do Norte, onde mora com a família, em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB).
Vítima de uma cardiopatia grave, a garota é mantida viva com a utilização de aparelhos, inclusive um coração artificial. A menina passou por outras três cirurgias, sendo duas nos últimos 15 dias.
Por meio de nota, o Imip informou, na manhã desta quinta, que o coração compatível foi doado na noite de quarta. “No momento, a paciente encontra-se na UTI em estado muito grave”, disse a unidade de saúde.
O Imip informou, ainda, que Brunna foi acolhida pela unidade, depois de o centro de saúde ser acionado pelo Sistema Nacional de Transplantes. Ela entrou na lista de prioridade máxima para doação de coração.
Na quarta-feira, horas antes de o coração compatível ser encontrado, o médico Fernando Augusto Figueira, do Imip, fez um apelo para que as famílias tomem conhecimento sobre a importância da doação de órgãos.
“Para que surjam órgãos compatíveis, é preciso que ocorra a conscientização das famílias de pessoas que morreram e que podem fazer essa doação”, afirmou.
A operação de transferência de Brunna mobilizou 20 profissionais de instituições de saúde, bem como policiais militares e rodoviários federais, e contou com o apoio de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) móvel.
Fila
Dados divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), na quarta-feira (3), apontam que mais de mil pessoas estão na fila de espera para transplante de órgãos em Pernambuco. O número, segundo o governo estadual, poderia ser menor, caso mais famílias aceitassem doar os órgãos de entes falecidos.
Nos dois primeiros meses do ano, o índice de recusa foi de 36%. Segundo a Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE), um percentual aceitável de negativas deveria ficar em torno de 30%.
Entre janeiro e fevereiro de 2019, Pernambuco realizou 93 transplantes de órgãos sólidos, entre coração (8), rim (56) e fígado (27) - um a mais que o mesmo período em 2018.
No Brasil, a doação só pode ser efetuada com a autorização de um parente de até segundo grau. Entre janeiro e fevereiro deste ano, foram 47 entrevistas e 17 recusas.
De acordo com a pasta, a dificuldade em diminuir o número de pacientes na fila de espera por transplantes está diretamente ligada à falta de informações e preconceito.
Órgãos
De acordo com a Secretaria de Saúde, a maior espera no estado é por rim (898), seguida de córnea (117), fígado (110), medula óssea (16), coração (13) e rim/pâncreas (10). Quanto à espera de córnea, todos os pacientes do estado conseguem a doação em até 30 dias.
Em relação à medula óssea, o SES frisa que é possível fazer a doação em vida ao se cadastrar no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome).
Para doar, é preciso ter entre 18 e 55 anos. Uma vez no banco de dados, o possível doador pode ajudar alguém em qualquer lugar do Brasil e também do mundo.
Aeronave da FAB deixou Base Aérea de Natal no início da tarde de quarta (3), levando Bruna Silveira Lopes, de 7 anos, para o Recife — Foto: Klênyo Galvão/Inter TV Cabugi


G1-PE

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