Delegacias amanhecerão sem agentes para receber população que precisar prestar queixa sobre algum delito ou policiais militares que estejam levando alguma pessoa presa
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Policiais civis do RN decidiram fazer “operação zero” na segunda-feira (24). Foto: Sinpol/Divulgação |
A quarta-feira (26) não vai ser fácil para quem precisar ir a uma delegacia, seja para prestar alguma queixa ou para levar alguma pessoa presa. O Sindicato dos Policiais Civil (Sinpol) manteve a paralisação prometida na segunda-feira (24) e dará início ao que eles estão chamado de “operação zero”. O movimento consiste em se concentrar na Central de Flagrantes da Polícia Civil, que fica na Zona Oeste de Natal e não fazer nenhum procedimento policial. Ninguém do governo procurou o Sindicato para apresentar qualquer proposta.
O presidente do Sinpol, Nilton César Arruda Ferreira, fez um vídeo postado na rede social da entidade conclamando a categoria a participar do movimento. Por telefone, na tarde desta terça-feira (25), ele reiterou que na quarta-feira os presos que a Polícia Militar capturar devem ser levado à porta do governador Robinson Faria (PSD), a quem o sindicato culpa por toda a situação.
“Isso aí foi o desejo do governador, quando ele entendeu que a segurança se resolve só priorizando a Polícia Militar. Quando ele priorizou a PM, causou revolta nos policiais civis. Daí toda a insatisfação”, explicou. Nilton Arruda acrescentou ainda que durante a quarta-feira serão definidos os funcionamentos dos plantões para não sobrecarregar os policiais que estiverem nas escalas.
O presidente do Sinpol se refere ao fato do governo ter negociado apenas com os policiais militares o pagamento do 13º de 2017. Diante da ameaça de paralisação da categoria, foi feito um acordo, mas apenas com os militares. Agora, os civis gritam sua queixa. A Polícia Civil possui 1.400 homens. A folha mensal – de acordo com o Portal da Transparência do Governo do RN – gira em torno de R$ 14 milhões, sem conta com o Valor Patronal Previdenciário, que é de aproximadamente R$ 3 milhões.
O Sinpol reclama a falta de pagamento do 13º de 2017, que ainda não foi pago para quem ganha acima de R$ 5 mil. Além disso cobra também os pagamentos do restante da folha de novembro, a folha integral de dezembro e o pagamento do 13º de 2018. De acordo com estimativa repassada pelo presidente do Sinpol, cerca de 60% dos homens não recebeu o 13º salário de 2017. Isso equivale, segundo ele, a cerca de R$ 7 milhões. Nilton Arruda observou ainda que ao escolher pagar a Polícia Militar o governador ficou sem condições de quitar o restante da folha de novembro. Quem recebe acima de R$ 5 mil ainda não recebeu esse pagamento.
Na opinião do presidente do sindicato, que é policial há 22 anos, e jamais havia passado por uma situação igual, “o governador não entende nem do básico da segurança pública”. vamos mostrar a força da Polícia Civil”, afirmou. Ele explicou ainda que a paralisação é por tempo indeterminado e que se ninguém procurar a categoria para negociar, a governadora eleita, Fátima Bezerra (PT), já começará seu governo (a partir do dia 1º) com esse problema nas mãos. Assista abaixo o vídeo do presidente do Sinpol convocando a categoria para a paralisação.
OP9
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